domingo, 8 de novembro de 2009

Economizar é preciso (crônica)

O desperdício é sempre condenável. A gastança desenfreada, também. Desde que não acarretem prejuízos a pessoas ou a projetos em execução, os gastos poderiam ser adiados para oportunidades vindouras e de recursos mais abundantes.

Economizar é próprio de pessoas inteligentes, esclarecidas, conscientes, responsáveis, preocupadas com o futuro e desejosas em progredir. É também característica de quem se preocupa com o bem estar de outros indivíduos e com a estabilidade material de negócios, de empresas ou de entidades públicas.

Economizar é preciso. Deve ser ensinado às crianças pelos pais, no lar, e pelos professores, na escola, enquanto estão na fase de desenvolvimento. O exemplo de pais e professores estimula o aprendizado. Economizar é cultura e, portanto, deve ser passada de pai para filho. A atitude de economizar deve ser praticada diariamente, com o propósito de se gastar apenas o que deve ser gasto e não o que se pode gastar.

Em qualquer sociedade, economizar é prática salutar. O povo japonês é tido como poupador contumaz. O americano do Norte aplica suas sobras financeiras no mercado de capitais. Outros povos também poupam. Até certos brasileiros, quando lhes é possível, entesouram parte do pouco que recebem.

Se a população separasse uma parcela do que gasta com a cachaça, a cervejinha consumida nos finais de tarde, as inúmeras loterias federais e estaduais, o jogo do bicho e com as máquinas “caça-níqueis”, espalhadas pelos recantos mais remotos, a poupança nacional seria bem mais representativa.

A redução de gastos desnecessários ou excessivos aumentaria a poupança nacional e financiaria investimentos do governo em projetos de combate à miséria, construção de casas populares, criação de pequenos empreendimentos; e elevaria, por conseqüência, os níveis de renda e de emprego da população.

Economizar é preciso, também em relação aos desembolsos efetuados em todos os níveis da administração pública – federal, estadual e municipal – com a propaganda de realizações exageradamente divulgadas e até falsamente comunicadas ao público.

A propaganda institucional deveria ser permitida apenas para o governo orientar o cidadão quanto ao exercício da cidadania; informá-lo na busca de emprego e de treinamentos profissionalizantes; ensiná-lo os princípios de higiene, asseio e convivência social; proporcionar-lhe os meios para que tenha acesso à escola e à saúde; e alertá-lo sobre doenças, seus males e tratamentos disponíveis.

A redução dos altos custos dessa desregrada propaganda seria revertida em benefício da comunidade; a população teria mais escolas, hospitais, segurança pública eficiente, e o aposentado uma remuneração mais justa. O Estado reduziria seu enorme déficit social. E o contribuinte não veria o produto de seus impostos escoar pelas mãos dos larápios que fazem a propaganda oficial cara, destinada a enaltecer o nome de pessoas incapazes e corruptas.

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