sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meu pastor, meu politico? (crônica)

Gostaria de fazer minhas, as palavras do Apóstolo Paulo, transcritas no capítulo treze, versículo dois, de sua Primeira Epístola aos Coríntios. Desejo usá-las, com a devida vênia, porém acrescentando uma sentença, que imagino ser o pensamento de todos os brasileiros.

O autor de tão expressivas cartas, diz: “... ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes...”; eu, pois, substituo uma parcela do texto sagrado, complementando-o assim: não acreditaria no político, mesmo sendo ele um pastor evangélico.

Paulo diz que “o amor é benigno; sem inveja, sem leviandade, sem soberba; porta-se com decência, é desinteressado, não se irrita, não suspeita mal; não tem prazer na injustiça e deleita-se com a verdade”.

Político algum reúne essas qualidades. Nem mesmo os pastores, hoje mais praticantes dos ensinamentos de Maquiavel e menos seguidores dos Evangelhos e da pregação do Apóstolo dos Gentios.

O pastor, enquanto político, no exercício de sua atividade pública, é falso, mentiroso, leviano, volúvel… corrupto.

O político, como pastor, exibe as mesmas qualidades, porque a ele interessa mais o poder, o usufruto das regalias públicas, o privilégio da impunidade.

O político não se deleita com a verdade; ao contrário, irrita-se quando confrontado com ela, parecendo desconhecê-la.

A tentação de ser político está presente nas igrejas de hoje. Os pastores abandonam o “chamado” e aderem à política, por considerá-la mais vantajosa.

Bastante lucrativa.

Como se sentirá um pastor eleito para um cargo político, participando de jogos de cartas marcadas, de puro interesse, não raro eivado de irregularidades? Como pregará a Palavra de Deus, que fala de amor, honestidade, vida ilibada, sem mácula, se ele não mais a pratica? Que dirá do tempo antes dedicado à igreja e agora dividido com a política? A quem pertencerá a maior parte desse tempo? Qual será o nome mais mencionado em suas palestras? O de Jesus ou do presidente da República, de um senador ou de um deputado qualquer?

O chamado de Deus foi para tornar-se pastor, pregador da Palavra, conselheiro, e não um político. Ao mudar de rumo, renega a vocação que antes dizia possuir, estará “roubando” o tempo da igreja, que por certo ficará desfalcada, destinada a crescer vagarosamente e a se fortalecer menos ainda.

Quando aderem à política, os pastores deixam de investir no reino do Céu. Transferem seus "investimentos" para o reino da Terra, de onde emanam a desobediência, a desonestidade, a violência, as desigualdades sociais... o pecado.

Meu pastor, meu político?

Nunca!

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