domingo, 28 de junho de 2009

Inconfidência (crônica)

O dia 21 de Abril nos trás à lembrança o glorioso passado de luta pela independência do Brasil. Nessa data, tão significativa para nós, em que reverenciamos a memória de Joaquim José da Silva Xavier, O Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira,dedico alguns minutos de reflexão a este Brasil brasileiro, amado pela maioria de seus filhos, porém vilipendiado por boa parcela de renegados nativos que se locupletam de sua riqueza, em detrimento de seus iguais.

Tiradentes nasceu em 1746, na Vila de São José Del Rei, atualmente denominada com o seu epíteto, em homenagem à valorosa contribuição dada à emancipação política e administrativa de nosso país.

O alferes, que pertenceu ao regimento militar dos Dragões de Minas Gerais, honrado patriota, digno combatente, foi executado em 21 de Abril de 1792, esquartejado e exposto à execração pública. Seu delator foi Joaquim Silvério dos Reis, com quem compartilhou o ideal de ver o Brasil livre do domínio português, explorador de nossas riquezas e incontrolável cobrador de impostos.

O herói nacional,de inesquecível memória, depois de executado teve seus bens confiscados. Muitos dos seus companheiros de inconfidência, membros da aristocracia mineira, foram poupados da sentença capital, recebendo penas brandas e complacentes.

Hoje, 21 de Abril de 2009, Brasília também aniversária. São 48 anos de existência, trinta dos quais participei como trabalhador em busca de minha sonhada redenção econômica, conseguida a duras penas. Nesse período, acompanhei o crescimento físico, econômico, cultural e político da cidade construída por Juscelino.

Aqui se encontram instalados os três poderes da República, sobre os quais não tenho nem mesmo vaga empolgação.

Os motivos são de todos conhecidos.

O Brasil ressente-se de boa administração e da honestidade do homem público. A política brasileira, nos últimos tempos, tem sido motivo da descrença de um povo sofrido e de poucas esperanças, principalmente sob o âmbito da corrupção. Alguns políticos, poucos por sinal, estão investidos de bons propósitos, o que já é um alento.

No período da Inconfidência havia os que lutavam contra a opressão e pela liberdade política, administrativa e econômica do Brasil, com sacrifício da própria vida, como o nosso herói, Tiradentes.

Atualmente, temos raros defensores de um país justo e economicamente desenvolvido. O Estado continua como dantes: o governo explorando o povo com elevados impostos, parlamentares usurpando a riqueza nacional em homéricas falcatruas, e a justiça julgando com preguiçoso interesse, às vezes, sem a devida imparcialidade.

Pouco mudou desde 1792.

O brasileiro está à espera de um movimento que o redima da injustiça, da espoliação tributária e que o livre definitivamente da corrupção crescente e desenfreada que sufoca a nação.

Para descontrair, finalizo estas reflexões parodiando saudoso poeta nordestino:

Este Brasi brasileiro
É o Brasi mió qui há;
Brasi qui político nojento
Derna de miliquinhento,
Só sabe mermo é roubar.

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