Deverei roubar, acobertado pela impunidade?
Sim ou não?
Não... sim... talvez...
As respostas formuladas por mim lembram o seriado de televisão em que o personagem Zeca Diabo enchia-se de dúvidas ao responder perguntas que excediam o seu entendimento, exorbitavam a sua capacidade de raciocínio ou ultrapassavam os limites da moral, do bom senso, da honestidade, do pudor, da vergonha propriamente dita.
Falar em Zeca Diabo, me traz à lembrança outro personagem da trama, o famoso Odorico Paraguaçu, representando o político profissional, inescrupuloso, aproveitador e corrupto.
Deverei roubar, acobertado pela impunidade?
Roubar é crime, passível de punição. As leis que regem a sociedade não admitem desvios de conduta, sejam o roubo, o peculato, o falso testemunho ou qualquer delito que agrida a moral e os bons costumes. Não devemos roubar. Nem eu, você, o presidente da República, o governador de estado, o político, qualquer homem público ou o cidadão comum.
Ninguém.
A lei é severa e igual para todos (?).
Os noticiários do rádio, televisão, jornais, revistas e conversas de ruas e de botequins, com freqüência dão conta de desvios de verbas, má aplicação de recursos públicos, enriquecimento rápido e injustificável de políticos e de seus correligionários.
É sabido que muitos políticos, antes pobres – alguns de origem franciscana –, hoje são ricos senhores de incalculáveis bens, embora tenham vivido modestamente remunerados pelo Tesouro do Estado.
O Imposto de Renda não os alcançou em nenhum estágio de seu enriquecimento, possivelmente ilícito. A justiça não os julgou nem os condenou. O eleitor também não os puniu, negando-lhes o voto.
Jamais foram castigados.
Deverei roubar, acobertado pela impunidade?
Embora, inicialmente, tenha titubeado em responder entre o “sim”, o “não” e o “talvez”, menos por indecisão, mais para lembrar a representação cênica de folclóricas figuras, assemelhadas aos políticos de hoje, respondo:
Não!
Roubar é vergonhoso.
Mesmo se dispusesse de foro privilegiado como os parlamentares, não o faria jamais.
Precisamos criar bons modelos para a nova geração.
Ser honesto é imperioso hoje e nos dias vindouros.
terça-feira, 21 de julho de 2009
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