terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Contrariedade diária (crônica)

Sempre discuto com amigos sobre assuntos relacionados à política brasileira. Sou crítico contumaz e ferrenho defensor da moralidade administrativa no serviço público. Não concordo com os gastos excessivos do governo, estendendo o meu descontentamento aos poderes Legislativo e Judiciário.

Leio bastante. Jornais e revistas semanais são as fontes de informações que adiciono ao noticiário do rádio e da televisão. Dessa forma, fico a par dos acontecimentos, das estatísticas e dos vexames causados pelos políticos à Nação. Entre o orgulho de ser brasileiro e a vergonha de fazer parte de um país reconhecidamente corrupto, estou mais para a segunda opção.

Nos últimos dias, aborreci-me com as mais recentes notícias da ladroagem escancarada que toma conta do Brasil. Não as citarei para não cansar o leitor, possivelmente tão bem informado quanto eu, a esse respeito.

Aborreceu-me mais saber que o terrorista Carlos Lamarca, traidor de seus companheiros de farda, foi promovido post mortem ao posto de coronel do Exército, com soldo de general-de-brigada, a ser recebido por seus herdeiros, que abocanharam mais trezentos mil reais a título indenizatório.

Terroristas e falsos patriotas estão fazendo farra com o dinheiro público.

Desgostou-me, ainda, outro motivo, para mim igualmente injustificável. Recentemente, em visita ao Palácio do Planalto, numa ensolarada manhã de domingo, constatei duas situações no mínimo descabidas, inclusive para outros que, como eu, não admitem misturar prerrogativas públicas com as de natureza privada.

Em um dos mezaninos do palácio, uma exposição de fotografias mostrava ao público visitante a trajetória vitoriosa do presidente Lula. Ele, irmãos e outros parentes (não reconheci o Vavá nas fotografias) posavam para o futuro. Mais adiante, próximo ao gabinete presidencial, um gigantesco painel recordava a posse do metalúrgico que, embora pouco tenha trabalhado, venceu.

Mesmo sem estudar.

E também sem trabalhar.

Um prêmio ao ócio.

A Comissão de Anistia não deveria ter premiado Lamarca. O terrorista, ao morrer fuzilado por verdadeiros defensores da democracia, não se encontrava sob a custódia do Estado brasileiro, mas em combate, a serviço do comunismo cubano.

O Palácio do Planalto, a exemplo do Palácio da Alvorada, que já foi decorado com a estrela do PT em seus jardins, não deveria ser local de propaganda política.

Nem de promoção pessoal.

Essas são as minhas recentes contrariedades.

Até quando?

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