terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A profecia (crônica)

Quando esta crônica for publicada, estarei distante da terra querida, onde nasci há sessenta e seis anos. Ainda hoje estou por conhecê-la como gostaria, livre dos maus políticos e da maldita corrupção que a persegue cada dia mais avassaladora.

No próximo mês, estarei em visita à Europa. De Paris, Londres, Roma, Amsterdã ou de qualquer outro lugar, serei informado pelo noticiário internacional e por amigos deixados no Brasil, sobre as frequentes operações policiais, sem resultado prático.

A Internet será outro meio de informação a que terei acesso. Há algum tempo, li que o The Los Angeles Times, renomado jornal americano, e o Clarin, conceituado matutino argentino, noticiaram sobre a “nossa corrupção”. Sim, a “nossa corrupção” (não há igual), assim mesmo, entre aspas, para destacá-la, como destacada o é nos quatro cantos do mundo.

Falar de corrupção cansa.

Satura.

Enraivece a gente.

Estamos enjoados de tantas e desairosas notícias.

Basta!

Vejamos um outro assunto, um acontecimento não tão recente, mas que pode ser transportado para os dias de hoje. Recebi de um amigo, por e-mail, o que teria dito o General Mourão Filho, nos anos setenta. O pronunciamento do destemido militar, segundo minha fonte, foi publicado em livro da editora Olympio, de Porto Alegre, em 1978.

Eis a mensagem que transcrevo na íntegra:

“Ponha-se na Presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto, e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo, transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso”.

Seria uma profecia?

Que Deus nos valha!

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