quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Sexagésima rosa (crônica)

Hoje, 22 de maio, comemoras mais um ano de vida. Neste dia festivo, compartilho contigo momentos de grande regozijo.

Lamento não ser um poeta. Como gostaria de sê-lo, pelo menos hoje, para dedicar-te os mais belos versos jamais escritos.

Não sou poeta, infelizmente. Se fosse um deles, o maior de todos, nesta hora manifestaria o meu amor por ti em versos sinceros e apaixonados.

O ano passado, quando “colheste mais uma rosa no jardim de tua existência”, como disse o poeta, a quem invejo neste instante de frágil inspiração, escrevi uma modesta crônica parabenizando-te pela significativa data.

Naquela oportunidade, não mencionei o número de anos transcorridos do teu genetlíaco. Não houve e jamais haverá constrangimento em citá-los, pois a beleza teima em não abandonar o teu corpo, assim como a pureza insiste em permanecer ornamentando a tua alma cheia de ternura.

O poeta diria tudo que pretendo dizer-te e não consigo; usaria belas frases, justas e merecidas. Como não sei fazê-lo, como ele o faria, digo-te a meu modo: neste 22 de maio, continuas linda e encantadora, a esposa fiel, a mulher eficiente e prestativa, a mãe amorosa, a avó dedicada, a sogra compreensiva e inteligente.

A cada dia, estás mais jovem. Mais bonita. Agora, mais sexy. E não é para menos. Completas sessenta anos, sem as marcas do tempo em teu corpo sadio e vigoroso; para mim, tão escultural quanto no dia em que o conheci em meus braços, há quarenta e cinco anos.

O tempo não te alcançou. Não foi implacável. Pelo contrário, foi justo como prêmio a tua bondade, ao teu caráter, ao teu jeito de ser, a tua condição de mulher-esposa, de mulher-mãe, de mulher-avó. De mulher. Simplesmente mulher.

Estás feliz, tenho certeza, agora que comemoras o teu sexagésimo aniversário. Há dois anos, senti a mesma sensação quando me tornei sexy como és hoje. Não te sentirás vergada ao peso dos anos nem te considerarás ingressada na “terceira idade”, coisa de velho, ainda distante.

És uma jovem senhora que vislumbra um novo tempo, uma nova vida, que enfrentará as primaveras vindouras com a mesma beleza, com entusiasmo, com o amor renovado para oferecê-lo a teus filhos, a teus netos e a mim, teu eterno apaixonado.

O jardim de tua existência, adubado como está, lindo e florido, com numerosos botões a desabrochar ao longo do tempo, será um campo fértil para as muitas colheitas que virão.

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