sábado, 5 de dezembro de 2009

Nossas bodas (crônica)

Matilde, quarenta e quatro anos se passaram desde aquela tarde de 31 de agosto de 1958, quando te vi pela primeira vez. Foram transcorridos 16.060 dias até hoje, data do trigésimo nono aniversário de nosso enlace matrimonial.

Deixa-me lembrar-te os dias felizes de nosso idílio: Tinhas quinze e eu dezessete anos. Éramos quase crianças quando nos conhecemos, mas poucos amantes maduros amaram tão intensamente quanto nós.

Eu sempre te quis; tu sempre me quiseste; nós sempre nos quisemos. E continuaremos a nos querer mais e mais. O amor para nós é o sentimento maior, o motivo de nossa duradoura união.

Vivemos momentos muito felizes. Se alguns contratempos houve, não deixaram marcas; soubemos relevá-los em troca da permanência afetiva, do amor sem limites, da compreensão e da igualdade que nos tornaram tão próximos, a ponto de fazermos valer o que diz a Bíblia: somos dois em uma só carne.

O avanço dos anos maltratou meu corpo, provocou desconforto físico, modificou minha aparência – naquela época simpática aos teus olhos.

Se os anos passados não foram generosos comigo, deixando-me traços de uma velhice sofrida, se me alcançaram com tanto rigor, o mesmo não te aconteceu.

Continuas jovem e cada vez mais bela.

És a mulher carinhosa e amiga. A mulher-mãe não superou a mulher-avó, sempre disponível, conselheira, amorosa e devotada.

Hoje, nosso amor aniversaria, renova-se para continuarmos unidos, amigos, amantes, país, avós. Eu, imitando-te, copiando tuas virtudes, teu sucesso na vida; tu, seguindo a tua caminhada impecável, o teu destino sem mácula, as tuas aptidões de mulher-esposa, de mulher-mãe, de mulher-avó. De mulher-santa, a quem amo com todas as veras do meu coração.

És a razão da minha vida!

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